Porque Velejar | Porque um Dingue | Histórico do Dingue   

 Home > Diversos > Experiências diversas de outros velejadores de Dingue > Lata de Nescau não se molha

leia antes de prosseguir

Quando a lata de Nescau não se molhou (texto em fase de revisão, faltando detalhes como correção ortográfica)

    Aqui Pedro Vidaurre, conta uma de suas inúmeras aventuras velejando um Dingue 1982, comprado zero pelo seu pai Sebastião, em uma Loja Mesbla. Baseado em Marataízes, litoral do Espírito Santo. obs: um Dingue 1982, em bom estado e ainda pronto para inúmeras aventuras!! Veleiro este batizado de SEMA, que significa Sebastião e Marinalva, avós maternos de Pedro o qual homenagearam com o nome no veleiro.

A lata de Nescau não se molhou

E num belo dia saímos para velejar... em Marataízes, litoral do ES.. mar aberto... meu pai me acordou chamando, dizendo que o mar estava legal, calmo e com vento... realmente, quando começamos a velejar o mar estava ótimo... velejamos durante algum tempo, e logo antes de ir embora, agente resolveu dar + um volta, (sem chegar a ir na beira do mar, na areia,) então fizemos meia volta e fomos.... estávamos a favor do ventão... quando agente saiu com o barco também estávamos a favor... e a vela estava a nossa direita... porem dessa vez estávamos a favor também e com a vela a esquerda...e eu ainda falei com meu pai que a vela tava estranha e tals, que tínhamos saído com ela na direita.. ele disse pra ficar tranqüilo (eu estava com os comandos do barco tanto vela quando leme)... e ai derrepente a vela vira, a retranca cruza o barco, nessa hora já tínhamos velejado bastante e as condições do mar já não estavam tão legais...e nessa que a retranca foi, o barco foi junto, viramos... a bolina saiu (detalhe que a bolina não é original do barco, pois a original foi quebrada).. o Dingue virou totalmente, com o mastro todo para baixo...

E ai? pensamos, pronto, não da pra desvirar... vamos tentar levar o barco até a margem, (o problema é que nessa cidade o mar avançou muito, e não tem + areia na maior parte da praia, é tudo pedra que eles colocaram para tentar reter areia, e ondas batendo)... ai eu tentei subir no barco... dei um pulo e agarrei as mãos no buraco da bolina.. e consegui subir no casco... ai pedi para que meu pai me dessa a bolina, ele me deu a bolina, coloquei ela ao contrario e fui fazendo força sozinho, primeiro para um lado, eu de costas para o vento e o barco nem se mexia, ai tente pro outro lado e o barco foi vindo bem devagar devido ao arrasto da vela... pronto, tinha desvirado o barco, e o pior, dentro do barco estava uma "lata de Nescau amarrada", com a chave do carro dentro, celular e $$$, porem felizmente ela voltou intacta.

Mas... sempre tem o mas... eu tinha passado o cabo da catraca da escota e tinha dado um nó do tipo 8 na ponta, caso a corda corre-se... e esse nó ficou segurando a vela cheia, e o barco indo embora em direção a praia e eu e meu pai no mar com a bolina em mãos, sendo que dentro do barco estava, celular, chave do carro e $$$, eu tentei nadar atrás do barco, porem meu pai não ia aguentar, e acho que eu também não alcançaria ele, decidi então voltar e ficar com meu pai, fomos voltando para a praia nadando, acho que estávamos a uns 500m da orla... quando estávamos quase chegando na beira da praia, um barco de pescador desses de madeira veio em nossa direção, eu levantei a bolina para que ele nos visse, e nos resgatou, me levou até a praia onde o barco tinha ido (por sorte o barco foi pra parte da praia que tem areia, e algumas pessoas entraram na água para pega-lo antes de ele ir para a parte onde as ondas estouram).

Meu pai voltou no barco para onde estava o reboque do Dingue, liguei para a minha mãe me encontrar, pegar a chave do carro e levar para o meu pai, felizmente tava tudo dentro da "famosa e importante lata de Nescau", e ainda por cima seco, minha mãe me encontrou e levou a chave do carro para meu pai, enquanto isso eu fiquei desmontando o Dingue na praia... depois meu pai chegou lá com o reboque, pedi ajuda a algumas pessoas na praia, levantamos o Dingue e colocamos ele no reboque.
 

Detalhes com a manobra com que nos atrapalhamos:

Jaibing a Favor do Vento

Jaibing é a manobra de mudar de bordo quando estamos com o vento pela popa. Envolve a passagem da popa do veleiro pela linha do vento. No momento que a popa passa pela linha do vento as velas mudam de lado

O jaibing é uma manobra que deve ser controlada! No momento do jaibe, a mudança de bordo da retranca deve ser criteriosamente controlada. A menos que o vento esteja muito fraco, esta mudança de bordo pode se realizar de forma violenta, com o risco de acidente para a tripulação e quebra na mastreação. Este risco pode ser evitado simplesmente caçando-se a escota da vela grande imediatamente antes do jibe e folgando logo depois que o barco mudar de bordo 


Lições:

- primeiro antes de sair para velejar, estar com colete salva vidas pois sem eles, nos iríamos ter que nadar muito pra chegar até a praia e sem colete ia ser difícil, pois usando-os você pode parar e descansar.

- ter domínio total das manobras, e quando tiver que executá-las em condições extremas, cuidado redobrado.

- estar unido com quem estiver velejando e manter a calma até estarem todos seguros novamente

- Se possível levar um celular

- Deixar sempre alguém em terra avisado da velejada

- não sair longe da costa sozinho

- Dentro de Lata de Nescau não se molha quando você capota um Dingue!

 

Pedro Vidaurre

 
       
  © 2009 Aprendendo a Velejar | O aprendiz de marinheiro | Termos de Uso | Downloads | Links | Livro de visitas | Contato